Maria Rita sai em turnê com “Coração a Batucar”

  Sete anos depois de “Samba Meu”, Maria Rita acaba de lançar “Coração a Batucar”, sua segunda incursão pelo mais brasileiro dos gêneros musicais. E antes mesmo de colocar o ‘bloco na rua’, ela já possuía mais de 80% do repertório do novo show. “Sou uma pessoa inquieta. Trabalhei durante três meses em sigilo absoluto […]


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Sete anos depois de “Samba Meu”, Maria Rita acaba de lançar “Coração a Batucar”, sua segunda incursão pelo mais brasileiro dos gêneros musicais. E antes mesmo de colocar o ‘bloco na rua’, ela já possuía mais de 80% do repertório do novo show. “Sou uma pessoa inquieta. Trabalhei durante três meses em sigilo absoluto e conforme o disco ia se desenhando, o show ganhava forma na minha cabeça. Agora faltam apenas os detalhes”, anunciou a cantora durante a maratona de entrevistas para o lançamento do álbum, que já se encontra disponível no iTunes e chegou às lojas físicas em 11 de abril.

Com direção da própria Maria Rita, a nova turnê tem início no dia 26 de abril, na Fundição Progresso, Rio de Janeiro. Antes, porém, ela fez uma pré-estreia em Lorena, no interior de São Paulo, no dia 12: “Costumo dizer que o primeiro show é sempre uma pré-estreia. É quando podemos fazer os últimos ajustes, acertar os detalhes”, afirma. Animada com o novo trabalho, a cantora conta que não pretende fazer deste show uma réplica do novo CD, mas o foco é o samba. “O samba permeia minha carreira desde o início. Por isso, além das novidades de “Coração a Batucar”, trago canções do “Samba Meu” e outras desses 12 anos de estrada. Sou madrinha de bloco, desfilo em escola de samba no Rio e em São Paulo. Já avisei no Facebook que esse disco é para se acabar de dançar, sair com bolha no pé”, brinca.

Maria Rita quer reproduzir no palco o clima que norteou a produção de “Coração a Batucar”, que foi gravado praticamente ao vivo, em uma autêntica roda de samba. “A nossa disposição no palco se dará de uma forma que a plateia poderá ver a minha interação com os músicos, sem que para isso eu precise estar de costas para o público”, antecipa.  Liderada por Davi Moraes (guitarra), a banda que a acompanhou em estúdio também vai para o palco, e conta ainda com Alberto Continentino (baixo), Rannieri de Oliveira (piano) e Wallace Santos (bateria).

Os figurinos são do estilista e parceiro de longa data, Fause Haten, que pela primeira vez, também assina os cenários de um show. A iluminação fica a cargo de Samuel Betts, o figurino da banda é de Gilda Midani, a execução da cenografia é da Tiba Produções, de Esequiel Jr. e Mara Cesar, e a produção geral é da Tribo Produções. “O cenário é surrealista e ao mesmo tempo minimalista. Está bem diferente de tudo o que já apresentei, mas é um show que poderei levar para qualquer lugar”, afirma.

Coração a Batucar começou a tomar forma quando Maria Rita foi convidada pela produção do festival Rock in Rio a montar show exclusivo para o palco Sunset, em 2013, e resolveu dar vazão à paixão por Luiz Gonzaga Jr, o Gonzaguinha. “Ali, o bicho pegou. Veio a reação da plateia… foi demais!”, recorda. Além disso, a repercussão de Samba Meu (seu primeiro álbum do gênero) nas redes sociais e os diversos prêmios recebidos – como o Grammy Latino de melhor álbum de samba – não deixaram dúvida. “Não posso dizer que comecei a fazer a pesquisa de repertório já pensando num disco de samba. Foi acontecendo.”

Puxado por “Rumo ao infinito” (Arlindo Cruz, Marcelinho Moreira e Fred Camacho), escolhida a primeira música de trabalho e em alta rotação nas rádios brasileiras, “Coração a Batucar” traz ainda a canção “Meu Samba, sim, senhor”, dos mesmos Marcelinho Moreira, Fred Camacho e Leandro Fab que abre o disco: “Mais uma vez/ Aqui estou/ Não vou negar/ Eu vou representar com todo meu amor/ Cantando por aí/ Levando a alegria pro meu povo/ Não há nada que me faça mais feliz/É tão encantador/ Meu samba, sim, senhor.”

O repertório traz ainda “Fogo no paiol”, de Rodrigo Maranhão, “Abre o peito e chora” (Serginho Meriti) e “No meio do salão”, de Maurílio de Oliveira e Everson Pessoa, do novo samba paulista da tradição do “Samba da Vela”. Do baú de Almir Guineto veio a bem humorada “Saco cheio” (Dona Fia e Marco Antonio). Os refrãos irresistíveis de Xande de Pilares e Gilson Bernini estão presentes em “Bola pra frente” e, também, em “Mainha me ensinou”, canção que a dupla assina ao lado de Arlindo Cruz. E de Joyce Moreno recebeu uma espécie de declaração de princípios em “No mistério do samba”: “Que bom que é poder mergulhar no mistério do samba”.

Aos que perguntam se é uma volta ao samba, sete anos depois de seu primeiro trabalho dedicado integralmente ao gênero, Maria Rita responde primeiro com os versos de “É corpo, é alma, é religião”, a faixa de Arlindo Cruz, Rogê e Arlindo Neto, que encerra o disco: “Eu não nasci no samba, mas o samba nasceu em mim”. Depois, ela completa com a sua própria história: “É uma coisa intra-uterina. Minha mãe adorava sambas e gravou muitos. Eu sempre estive aqui. Não posso estar voltando de onde nunca saí”.

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