Depois de mudar de gravadora em 1979, Elis Regina lançou o álbum “Elis, Essa Mulher”, pela Warner Music (WEA). A música título do disco “Essa Mulher”, de autoria de Ana Terra e Joyce, foi escrita depois de um dia cansativo cuidando da casa e dos filhos. “Quando fui lavar o rosto para dormir, olhei no espelho e vi imagens de mim mesma se alternando: às vezes muito velha, às vezes muito moça. Achei que era alucinação devido à exaustão. Mas não consegui dormir e resolvi escrever o que estava sentindo. Comecei pela última estrofe e depois escrevi as outras que são o desdobramento dessa. Dias depois a Joyce passou lá em casa, mostrei para ela, e em dois dias musicou e me devolveu pronta”, lembrou Ana Terra.
A canção conquistou a cantora logo de cara. “A Elis estava procurando repertório e a Joyce mandou para ela. Foi uma grande emoção, afinal era a junção de três mulheres. Ela disse que a música tinha sido escrita para ela, tamanha a identificação, que acabou dando nome ao disco! Aliás, foi feita para todas as mulheres!”, avalia Ana Terra. Além dessa música, Elis gravou outras duas da compositora, “Sai Dessa” e “Pé sem Cabeça”.
Quando vê Maria Rita cantando a sua música, Ana Terra também se emociona. “Quando assisti Maria Rita no especial da Globo cantando contida, de olhos fechados e dentro de um aquário, as lágrimas correram”, disse.
Essa Mulher
(Ana Terra e Joyce)
De manhã cedo essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos
Ah, como essa santa não se esquece de pedir pelas mulheres
Pelos filhos, pelo pão
Depois sorri, meio sem graça
E abraça aquele homem, aquele mundo
Que a faz assim, feliz
De tardezinha essas menina se namora
Se enfeita se decora, sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista
Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia
Entender de ser feliz
De madrugada essa mulher faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quantos homens enlouquece
Nessa boca, nesse chão
Depois parece que acha graça
E agradece ao destino aquilo tudo
Que a faz tão infeliz
Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em quem esbarro toda hora
No espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural.
Essa música, completa o encontro entre Elis e Maria, linda!
Nossa, arrepiei!! o que dizer dessa cançao e dessa interpretaçao?? sem palavras…
“Ah, como essa coisa é tão bonita, ser cantora, ser artista, isso tudo é muito bom…”
Não sei vocês, mas acho que NINGUEM interpreta essa música melhor que Maria Rita … No show Viva Elis, foi a mais aguardada por mim, com certeza. LINDA LINDA LINDA
Realmente a intepretação de Maria Rita com esta música não tem nada a desejar. Acho que foi o primeiro encontro da filha com a mãe no especial “Elis Por Toda Minha Vida”. EMOCINANTE, APAIXONANTE.
Gente, eu também arrepiei e que arrepio foi esse, meu Deus!
Nunca tinha visto um video da Elis interpretando essa música e fico, também, sem palavras, para definir! Acho que o que consigo dizer é que é uma grande e linda viagem.
Concordo que essa música completa o encontro entre Elis e Maria Rita… é perfeito ver no show. Também gosto demais da interpretação da Maria e acho que as interpretações de mãe e filha são diferentes, mas igualmente lindas.
Mas vendo o video da Elis e a Maria Rita hoje me assusta ver o quanto elas são diferentes por um lado, mas iguais por outro: cada uma tem sua história, seu jeito e timbres de voz completamente diferentes (respeito quem acha parecido, mas não concordo de jeito nenhum com isso.) Agora são tão iguais na intensidade que me assusto e vejo o quanto o talento de MR é herdado mesmo (herdado não é igual a imitado, por favor!)
Fico pensando na cena da Elis gravida da MR cantando e acariciando a barriga, já pensaram que lindo? E depois ela dizendo que queria que a MR fosse leve… lindo também! Não tinha jeito de ser diferente por isso é que a MR veio essa lindeza toda.
Eu só sei que consigo identificar todos os detalhes semelhantes entre mãe e filha! E não é apenas o óbvio como a voz e a presença de palco, mas falo do jeito de olhar, de falar, de sorrir… é incrível fico arrepiada vendo 2 mulheres ao mesmo tempo no palco. Eu tenho certeza que Elis acompanha sua filha em cada show, em cada lugar, em algumas músicas dá pra sentir isso bem forte! aiai vou chorar viu ? já aviso logo! chega logo Maria em Aracaju!