Pelo repertório: Tatuagem

“Tatuagem” foi escrita por Chico Buarque e Ruy Guerra para a peça “Calabar, o Elogio da Traição”, em 1973, mas o espetáculo só estreou no início da década de 80 por causa da censura da ditadura militar. Elis Regina gravou a canção em 1976 para o álbum “Falso Brilhante”. A parceria entre os dois era […]

“Tatuagem” foi escrita por Chico Buarque e Ruy Guerra para a peça “Calabar, o Elogio da Traição”, em 1973, mas o espetáculo só estreou no início da década de 80 por causa da censura da ditadura militar.

Elis Regina gravou a canção em 1976 para o álbum “Falso Brilhante”. A parceria entre os dois era de longa data, outras músicas de Chico estão na voz de Elis como “Tem mais Samba” (1966), “Atrás da Porta” (1972), “Pois é” (1974) e “Retrato em Preto e Branco” (1974).
Chico Buarque conta que gosta de cantar músicas no feminino. “Parece que a gente é outra pessoa. Se expõe diferente”, explica. A música “Tatuagem” foi escrita na visão de uma mulher muito apaixonada. Por causa dessa paixão, ela quer se fixar no corpo do amado “feito tatuagem”, se perpetuando sua escrava.

Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra)
Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousa frouxa, farta murcha,
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes

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